08/01/2013

Gardennier - Capítulo 1

''Pergunto-me porque estão tão assustadas'' - Pensou a garota de pele pálida e aparência frágil, colocando sua mão no vidro da janela do extenso corredor, parcialmente coberta por plantas da mansão mal-cuidada.

''Teremos um visitante, teremos um visitante em Gardennier'' - Escutou as plantas sussurrarem

 Sem nenhuma expressão, tira os olhos de seu jardim, onde as plantas cresciam livremente por todos os lados sem nunca serem cortadas, e encara por um tempo o portão de ferro.

- Um visitante, huh? - ela disse, e sem mais nenhuma palavra, se dirigiu a uma das salas da casa.

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- HAHAHAHAHA, Você é mesmo um medroso Hideki! - A única garota das quatro pessoas da roda zoava o loiro.

- Você é um pé no saco, Natalie. - Ele esbravejou, irritado com como a ruiva deixava um simples jogo de verdade e desafio completamente irritante - Ok, me dê um bom desafio então, se puder.

 Os outros dois da roda se entreolharam, enquanto a outra somente deu um brilhante sorriso maligno que fez o garoto se arrepender de cada palavra dita.

- Entre na mansão assombrada, e traga algo de prova. - Disse como se fosse algo simples.

- O QUE? TÁ MALUCA? VÃO ME PRENDER POR INVADIR UMA CASA!  - Ele disse, tentando se defender e fugir daquele desafio banal, e fazendo Natalie suspirar num falso desapontamento.

- Como o esperado, você é mesmo uma marica.

- ARGH! Que se foda também! Eu vou, mas se me pegarem, quem vai ter que explicar essa história vai ser você. - O loiro disse, indo em direção ao pequeno morro em que se encontrava a mansão para cumprir seu desafio.

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Hideki - Capítulo 1 - A Garota de Gardennier

 Maldita seja aquela vadia da Natalie. Eu não estou com medo da casa, mas se a polícia pega alguém tentando entrar naquela mansão, levam pra delegacia, e eu não queria problemas.

Chego perto da mansão. As plantas estavam por todos os cantos, o matagal era imenso e o portão de ferro enferrujado estava com várias correntes de metal e um cadeado, provavelmente para garantir que ninguém entrasse lá. Admiro-me com o tamanho da casa, vendo assim de perto, me parece muito maior do que eu imaginava.

 Com alguma dificuldade, escalo o portão, pulando para o outro lado. As plantas definitivamente precisavam ser capinadas, chegava a ser um matagal mais alto que eu.

 Enquanto seguia uma trilha de piso de pedra que encontrei no chão, eu já procurava qualquer coisa que pudesse levar como prova para Natalie. Mais para frente, vejo que a trilha deu onde eu esperava de desse: Na porta principal da casa.

 Empurro a grande porta de madeira envelhecida, dando de cara com uma grande sala vazia. As paredes, apesar de rachadas, eram tão brancas que parecia que haviam acabado de pintá-las, e o piso, apesar de quebrado em algumas partes, era cinza claro e incrivelmente limpo. Agora que noto, tudo aqui está limpo, apesar de ser uma casa aparentemente abandonada.

 Depois de algum tempo contemplando o interior da mansão, noto o meu problema: Se a casa inteira estivesse vazia como esta sala, eu não teria o que levar como prova.

 Resmungo enquanto me dirijo a uma outra sala, procurando qualquer coisa que eu pudesse levar. Na terceira sala, vejo uma pequena boneca de porcelana na janela. Ao meu ver, parecia bem antiga e cara.

 Me aproximo para pegá-la, até ter a sensação de estar sendo observado, seguido de um frio congelante na espinha.

- Não ouse tocá-la. - Uma voz feminina falou, bem atrás de mim - Ou eu te mato.

 Dou um pulo, virando-me para a garota com a pele tão branca quanto a porcelana da boneca, cabelos pretos ondulados até o ombro e vivos olhos verde-florescente, que a davam um ar um tanto fantasmagórico. Apesar do vestido verde-claro que parecia bem caro, pude notar seus pés descalços.

 Coloco a mão em meu peito, recuperando do susto que ela me dera.

- A boneca a sua? Não se preocupe, se é assim eu não vou pegá-la... Eu só não esperava ver outra pessoa aqui, não sabia que alguém além de mim seria louco o suficiente para vir... - eu ri, mas a garota não pareceu achar graça. Apesar de continuar sem expressão, tive o pressentimento que ela estava com raiva.

- Saia daqui. - Ela disse - Saia daqui agora.

- Huh? Do que está faland....- fui interrompido por várias janelas do cômodo se quebrando num som estrondoso, comas plantas invadindo o local, como se estivessem vivas.

- SAIA! EU NÃO QUERO NINGUÉM NESTA CASA! NÃO QUERO MAIS NINGUÉM LEVANDO COISAS DAQUI! - Meus joelhos cederam e eu soava frio e caí no chão, apavorado, enquanto a garota que antes me parecia completamente calma, gritava raivosamente comigo. - Não vou deixar ninguém tirar nada de mim, não vou deixar tirarem essa casa de mim!

 Eu vou morrer. Eu realmente vou morrer. Tudo por culpa de um desafio estúpido.

- E-Eu não vou levar nada, juro! M-Me obrigaram a vir aqui para buscar uma coisa!

 O rosto da garota ainda estava distorcido em raiva, mas como as plantas pararam de avançar, notei que ela iria me dar uma chance de explicação.

- Não tem nada de mais ninguém aqui.

- E-eu sei...É que me obrigaram a vir aqui por causa de um desafio, e como eles não estão aqui para ver se eu realmente vim, eu precisava levar algo de prova.

 A expressão da garota relaxou, enquanto as plantas lentamente voltavam para fora.

- Então, quarquer coisa dada por mim serviria, não é? -  ela me encarava.

 Fiquei confuso. Ela não queria me matar por querer pegar algo?

 Assenti, apesar de estar com medo que ela me desse alguma cicatriz ou algo do gênero. Mas ao contrário do que o esperado da garota sobrenatural, ela apenas tirou uma de suas luvas rendadas pretas, e me entregou gentilmente.

- Estou lhe dando isso em troca do seu silêncio sobre mim. - Me disse, séria - Não ouse contar para ninguém o que aconteceu, ou irei matá-lo.

- C-certo... - levantei-me com cautela, ainda um pouco desconfiado, e segurando a luva que ela me dera.

 - As plantas irão te mostrar o caminho para fora. - Ela disse, saindo da sala e indo em direção a outro lugar - Vá com cuidado.

As plantas...?

 Olho para a janela, e tenho a certeza de que estou sonhando. As plantas que estavam ali antes, estavam formando uma seta, em direção a sala principal, pela qual entrei.

- Só podem estar de sacanagem com a minha cara... - Murmurei enquanto seguia as intruções daquilo tudo.

 Ao chegar no jardim, não estava tudo desorganizado como antes. Havia um caminho pelo qual eu podia passar tranquilamente, direto para o portão de ferro, que estava destrancado. Porém, assim que saio dali, o portão se fecha sozinho com um rangido, e estranhamente as correntes e os cadeados reaparecem, como se nunca houvessem saído dali.

 Olho para lá novamente. Estava exatamente do mesmo jeito que eu vi quando cheguei agora. Me pergunto se eu não sonhei que entrei lá, simplesmente. Bom, isso até olhar para minha mão, e ver que a pequena luva rendada e preta permanescia comigo.

  Gardennier...




4 comentários:

  1. OOOOHH, muito bom, gostei Shiori *UUUU*
    Sério, gostei mesmo, quero saber porque essa menina tava tão raivosa, devia ter algo por trás, não sei, só vou descobrir lendo né?
    Kissus >3<

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    1. Jura que você gostou? Eu fiz essa história completamente dorgada, nem sei como eu tive coragem de postar õ.o

      Sim, você só irá descobrir lendo u.u

      Kissus~

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  2. LOOL XD
    Mas eu gostei mesmo ;D
    Kissus :3

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    1. Hehe, obrigada :3
      Eu tive um milhão de ideias pra essa história, acho que provavelmente vai ser a mais criativa que escrevi até hoje.
      Kissus~

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